Nem acredito que já estou indo. Mal cheguei! Ainda há tanto pra ver!
A Grécia é um país onde se respira História e cultura: em todo canto se vê referências a seus Deuses esplendorosos, suas tradições, sua arquitetura. Conbimando, na arte de museus, praças e estações de metrô, o que há de mais antigo com tecnologia de última geração.
A natureza é um pouco diferente do que estamos habituados. Apesar do calor, não há aqui a fertilidade do solo como acredito que só o Brasil possua (ainda que não saibamos aproveitar, mas isso é assunto de outro post); tudo é basicamente uma vegetação simples e rasteira, mesmo nos lugares mais "selvagens" a mata não reina, não se impõe sobre tudo. Interessante também é a presença das rochas na formação da paisagem, desde o centro da cidade às praias mais longínquas. Faixa de areia? Não como no Brasil. Algumas praias tem sim, mas é uma areia mais grossa. Outras praias são meramente rochosas. Talvez por isso a água seja tão cristalina, não o tom marrom que estou acostumada (por favor, sem entrar no mérito da educação - ou falta de - do ser humano; me refiro à natureza em si). Sobre as rochas encontram-se corais, ouriços, peixinhos. Parece muito mais lindo olhando de cima, mas confesso que fiquei com nojo e entrei de Havaianas. Ouriços e peixes vivos esbarrando no meu pé não me agradam muito, descobri. Dei um pequeno mergulho, segurando as tiras dos chinelos pelos dedões e logo saí!
Falando em Havaianas, se você for desatento como eu, e trouxer apenas um par de chinelos para a Europa, saiba que você vai voltar para casa levando somente esse par. Chinelos brasileiros são absurdamente caros por aqui! Ipanemas em torno de 20/25 Euros e Havaianas em torno de 35. Daquelas simples mesmo, só com a bandeirinha do Brasil na tira. Eu não pago nem R$35 nisso, muito menos €35. Em compensação, todo o resto é mais barato. Dica: evite fazer conversões e comparações com a moeda e os produtos no Brasil, a não ser que seja de extrema necessidade. Porque os artigos são mais baratos sim, mas se você calcular em Reais, doi no bolso e você não leva. "R$100 num batom?! Nunca!". Mas faça um favor a si e mude seu pensamento para "€30 num MAC? Me dá 3!". Eu e minha mãe optamos por apenas um dia de compras, senão não teríamos dinheiro para comer futuramente. Mas deu tudo certo, sobrevivemos. Pelo menos aos primeiros dias de turismo.
Incrivel aqui é que devido à presença de tantos turistas (e nem me fale em brasileiros... Ô raça! Eu vim fugir disso, mas parece praga!), todos aqui falam inglês. Você não precisa perguntar. Eu, diversas vezes, não perguntei. Saí falando com eles e fui atendida em 100% dos casos. Não digo que todos são formados em inglês, mas cada profissional sabe o suficiente de sua área para interagir com o turista. E você aí que tem preguiça de estudar, fala que vai largar a escola e trabalhar no Mc Donald's teria problemas aqui: porque até eles mandam ver em inglês, francês e italiano. Impressionante.
Então, adeus, Grécia. Obrigada por ter deixado em mim não só sua cultura milenar, imensa e encantadora; mas também a certeza de que eu não nasci para viver a vida no ninho. Obrigada por despertar em mim esse desejo insaciável de conhecer, possuir e dominar. No bom sentido. Dominar lugares e idiomas. Me virar, me perder, pedir informação. Respeitar as diferenças. Espero que tudo isso me faça uma pessoa melhor, uma profissional mais preparada. Quatro dias com aprendizado de muito mais.
Tenho de ir agora, mas eu volto. Se Deus, digo, os Deuses me permitirem.