Caramba, mais de um mês nesse país doido e não escrevi nada sobre ele ainda. É que eu tenho taaaaaaaaaaaaaaaanta coisa pra contar que não sei nem por onde começar. Juro. Vou acabar dividindo em tópicos, não necessariamente em ordem cronológica. (até porque, depois de tanto tempo eu já nem lembro direito). Mas esse tempo até que foi bom, porque algumas histórias precisam ser amadurecidas, antes de serem contadas, para que sejam melhor avaliadas e contenham detalhes que, de primeira, eu não poderia colocar aqui. Como um bom vinho, que não se deve beber imediatamente após a produção, mas sim anos depois. Falei bonito agora, né? Consegui justificar a preguiça de um modo bem sofisticado. Mas agora é sério. Malta, então. Vamos lá.
Antes de começar, quero contar uma coisa frustrante e engraçada, ao mesmo tempo:
Vim da Itália para cá num sábado de manhã (02/08/2014) ansiosíssima pelo meu tão sonhado intercâmbio. Não aguentava mais esperar; estar na Europa e não ter chegado em Malta ainda me agoniava. Queria desfazer minha mala, colocar minhas roupas no armário, pegar meu ursinho de pelúcia e, com ele, me derramar na cama que seria minha por três meses. Mas, acima de tudo, queria conhecer as pessoas, fazer amigos - seja lá de onde fossem!
No aeroporto a ansiedade era tanta que nem me despedi de minha mãe e meu irmão. Corri para o transporte da escola e me apresentei. A garota disse que viria mais alguém no carro comigo e me pediu para esperar mais alguns minutos. Logo ela apareceu e foi falar com a mesma funcionária da escola, não ouvi a conversa nem o sotaque, estava meio longe. Loira, mas não polaca. "alemã ou russa, não é. Deveria ser mais branca. Talvez seja italiana.", pensei, lembrando do calor que estava na Itália e da mistura de cores do povo. Pouca coisa mais velha que eu, talvez uns três ou quatro anos. Fiquei preocupada com meu inglês, porque não sabia o nível do inglês dela, mas engoli em seco e mandei: "Hey! What's your name?". "Fernanda", disse ela, com um sotaque que eu conhecia muito bem. "Puta merda! Brasileira.", foi tudo que eu consegui dizer. Ela, a princípio se assustou, talvez não estivesse esperando por isso também. Depois caímos na gargalhada. "De onde você é?", "BH, e você?", "Eu sou de Santos".
Ela estava exausta depois da viagem de 24 horas, fazendo escala em São Paulo e Roma, antes de chegar em Malta. Eu sei como é. Lembrei a sensação quando cheguei na Grécia e só queria meu hotel e meu chuveiro.
Erramos o lado do volante - porque aqui em Malta se dirige como na Inglaterra - e ela quase sentou no colo do motorista. Eu fui no banco de trás, toda esticada. Apenas desfrutando a paisagem do meu futuro lar que passava diante dos meus olhos.
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